Projetos Financiados

Retorno é sobre diferentes regressos. O regresso às memórias da efeméride dos incêndios de outubro de 2017, do que desapareceu e do que mudou. Mas, acima de tudo, o regresso físico aos lugares transformados pelo fogo, a um território que se regenera, ainda em luto.

A partir de um trabalho de pesquisa sobre o território e a população do concelho de Arganil, região onde o despovoamento e o défice de recursos financeiros e materiais têm contribuído para a ocorrência de grandes incêndios florestais nas últimas décadas, Retorno procura estimular a reflexão e a discussão dentro e fora das comunidades locais sobre possibilidades de ação mais sustentáveis.

Retorno é um projeto artístico interdisciplinar que cruza a criação e a performance musical com o vídeo. Iniciado em julho de 2019, colaboraram na sua criação, numa primeira fase, o ensemble Ruby the Grap! - Inês Luzio e Eva Sulai - e o documentarista João Valentim. A partir de janeiro de 2020, a direção artística do projeto ficou a cargo de Inês Luzio e João Valentim e a criação e interpretação musical dos/as músicos/as Inês Luzio, Inês Malheiro e Tiago Candal.

Inicialmente pensado como uma performance construída a partir de uma relação de interdisciplinaridade entre a música, o vídeo e espaços não convencionais de seis municípios do Pinhal Interior Norte, o projeto foi sendo, ao longo de quase dois anos e meio, adaptado em resposta aos condicionamentos impostos pela situação pandémica vivida entre 2020 e 2021. Desse processo de contínua adaptação a novos formatos de apresentação e fruição artística, resultaram dois objetos artísticos: um concerto multimédia apresentado nos dias 27 e 30 de novembro de 2021 - em Arganil, no Auditório da Cerâmica Arganilense, e em Coimbra, no Teatro da Cerca de São Bernardo - e o objeto audiovisual digital que aqui apresentamos.

Produzido pela Associação Juvenil C.U.M.E. em parceria com o Município de Arganil, o projeto Retorno contou com o apoio da Direção-Geral das Artes através do Programa de Apoio em Parceria - Programa de Revitalização do Pinhal Interior 2019, e do Centro Nacional de Cultura através do programa de Bolsas Jovens Criadores 2019.

Contou, também, com os seguintes apoios à produção: FEST - New Directors New Films Festival, d'Orfeu AC, A Escola da Noite e Teatro Cerca de São Bernardo, GrETUA, Interferência - Associação de Intervenção na Prática Artística e Escola-Estúdio RAIZVANGUARDA. 


"Dia X de tal de algo que não existe" não é um concerto, mas também não é uma peça de teatro. Decidimos, para já, que será um espetáculo de música teatral, e não teatro musical.No princípio da sua construção esteve a história de um homem que espera, só, num quarto herdado certamente pela morte de quem o havia antes ocupado. Esse homem, Malone (do romance "Malone Meurt", de Samuel Beckett), foi o ponto de partida para uma viagem a quatro, iniciada pelo Coletivo Breathe! e à qual se juntaram o Manuel Brásio e o Miguel Branca. Essa viagem, quase à deriva, percorreu, durante alguns meses, questões labirínticas. Quando é que estamos à espera? Estaremos nós sempre à espera? Ou deixamos de esperar quando ocupamos a nossa espera? Neste ponto da viagem não temos respostas, antes possibilidades que decidimos organizar numa sucessão de quadros exploratórios sobre a espera, o tempo, a mudança, a esperança, e o fim. 

Coprodução Coletivo Breathe!, Associação Juvenil C.U.M.E.

Apoios República Portuguesa - Cultura /Direcção-Geral das Artes, Interferência - Associação de Intervenção na Prática Artística, Instituto Politécnico do Porto/ ESMAE/ Teatro Helena Sá e Costa, Município de Arganil, Câmara Municipal de Castelo Branco/ Fábrica da Criatividade, Junta de Freguesia de Couto de Dornelas, CAMPUS Paulo Cunha e Silva